Adicionalmente ao enorme prazer de saborear seus diversos tipos e variedades, o azeite também é um alimento extremamente saudável, característica esta associada à alta presença de ácido oléico, antioxidantes naturais e vitaminas em sua composição, o que contribui para a redução do LDL (“colesterol ruim”) e do colesterol total, sendo um dos principais alimentos presentes na “Dieta Mediterrânea”.
As pesquisas iniciais ocorreram durante as décadas de 1950 e 1960, quando o médico e pesquisador americano Dr. Ancel Keys realizou um grande estudo clínico sobre a influência do colesterol sobre as doenças do coração em populações com dietas alimentares distintas em sete países diferentes, denominado “Estudo das Sete nações”, que incluíam EUA, Finlândia, Holanda, Itália, Grécia, Japão e a ex-Iugoslavia (atualmente, fragmentado em um grupo de 6 pequenas repúblicas: Sérvia, Croácia, Bósnia, Montenegro, Eslovênia e Macedônia).
Dieta Mediterrânea. Neste estudo, que relacionou hábitos alimentares com doenças cardiovasculares, os pesquisadores perceberam que os povos do Mediterrâneo, que assumiam a chamada dieta mediterrânica, que tem o azeite como o tipo de gordura consumida, apresentavam menor tendência de evolução de doenças cardiovasculares e viviam mais tempo, comparativamente com as populações dos países restantes.
Ficou comprovado que as populações com dieta pobre em gordura saturada (proveniente de alimentos de origem animal, como carnes, embutidos, queijo e manteiga) apresentavam níveis mais baixos de colesterol e uma ocorrência menor de doenças do coração.
Baixo Colesterol. Estudos e pesquisas posteriores constataram que as gorduras monoinsaturadas (presente no azeite) e poliinsaturadas (presentes nos peixes, óleos de girassol, soja, canola e milho) tinham papel necessário e ativo dentro do corpo humano e ajudavam a diminuir o LDL (“colesterol ruim”) ao mesmo tempo em que mantinham estável o HDL (“colesterol bom”).
Entretanto, as gorduras poliinsaturadas, quando consumidas em grande quantidade, possuem o inconveniente de reduzir o HDL. Outros estudos recentes mostram que o consumo de gordura monoinsaturada pode aumentar significativamente a concentração de HDL, sobretudo no contexto da Dieta Mediterrânea.
Além da gordura monoinsaturada, com altos teores de ácido graxo oléico, o azeite tem em sua composição compostos fenólicos (polifenóis), além das vitaminas A, D, E e K, que tem respectivamente ação antioxidante e benefícios específicos associados a cada tipo de vitamina.
Medicinal. Outros benefícios de saúde associados ao azeite são a melhora do sistema digestivo, efeito tônico e protetor sobre a pele, efeito analgésico e antiinflamatório (devido ao componente oleocantal), favorece a absorção de cálcio, benéfico no controle do diabetes, entre outros. A lista de benefícios associados ao azeite tende a aumentar, pois frequentemente novos resultados de pesquisas científicas são publicados.
Para obter os benefícios à saúde relacionados ao consumo de azeite, recomenda-se uma dieta rica em frutas e hortaliças, grãos integrais e pobre em carnes, gorduras e laticínios integrais. A prática de atividade física regular, assim como a ausência de tabagismo, também faz parte de um estilo de vida saudável.
Prefira o Extra Virgem. Entre os tipos de azeite, o extra virgem tem todos os benefícios mencionados acima. Já o azeite refinado, conhecido comercialmente como “Azeite de Oliva”, tem reduzido o teor de polifenóis e de vitaminas, com a redução dos benefícios associados a estes compostos, devido ao processo de refino.
Entretanto, este processo não altera a quantidade de gordura monoinsaturada, nem de seu principal componente, o ácido oléico, mantendo as propriedades benéficas associadas à saúde do coração também no azeite refinado.
Então, gostaram? Fiquem ligado para a próxima publicação: "Diferenciações entre os diversos tipos de azeites: Azeite Extra Virgem x Azeite de Oliva (parte 1)", no próximo dia 11 de dezembro de 2010.
Abraços e até a próxima,
Paulo Freitas
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